Hospitalidade x Xenofobia
Quais são os povos mais hospitaleiros e calorosos? Quem são os povos mais frios e indiferentes ao visitante? Qual é o povo mais xenófobo do mundo? Quem te recebe a pão de ló, por um preço que cabe no bolso e você sai com a MELHOR impressão do mundo?
Ah! Essa última pergunta, conforme a minha experiência, já posso te responder: de modo geral, os países do SUDESTE ASIÁTICO. Quem são eles: Tailândia, Indonésia, Filipinas, Laos, Vietnam, Camboja e por aí vai… Só tira dessa lista um país/cidade Estado: CINGAPURA. Esse é caro pra burro, e o povo é um pouco mais fechado, talvez. Mas não se compara com um japonês, um russo, ou um norueguês em termos de hospitalidade ou abertura ao estrangeiro. Em Cingapura você também é muito bem tratado por todos. Mas precisa ter um bolso mais profundo.
Já Tailândia… ah, a Tailândia! Eu tenho um caso de AMOR por esse país! Paixão tardia.
É verdade. E vou lhe confessar: primeira vez que fui ao país apenas conheci Bangkok. E fui de última hora. Foi um plano B que teve de ser executado em razão do plano A simplesmente estar com cinzas de um vulcão no caminho, o que impossibilitava de o avião chegar a ele. Era a lindíssima e única Bali, na Indonésia. O plano B foi Bangkok. Com 24 horas de antecedência refiz reservas de hotel, avião e parti pra essa aventura.
Bangkok à primeira vista pode ser um local inóspito para algum visitante ocidental mais acostumado com a Europa ou os Estados Unidos. Ela é caótica, suja, cheia de motos e tuk tuks por todos os lados, e malcheirosa em alguns lugares, como junto aos canais em que desaguam esgoto a céu aberto.
LEMBROU de algum lugar? Eu lembrei! Da “veneza brasileira”, minha Hellcifeliz (Recife) é caótica, bonita e cheirosa, mas também tem esgoto a céu aberto.
Inclusive nos bairros mais nobres como Boa Viagem fede a bosta também. Mas romanticamente, eu digo que o cheiro de merda de Recife é o cheiro do manguezal, que está por ali serpenteando a capital de Pernambuco assim como os rios Capibaribe e Beberibe.
Há um ditado Pernambuco que diz muito sobre a mania de grandeza do povo de lá (eu, incluído, pois sou de PE):
“…e, da junção dos rios Beberibe e Capibaribe, formou-se o OCEANO ATLÂNTICO!”.
Mas, voltando a Bangkok, ela também é simplesmente frenética!! Saí da Tailândia a primeira vez jurando NUNCA mais botar os pés naquele país. Também acho que foi a companhia… bota uma ex-mulher na bagagem e já sabe no que dá, né?! Brincadeirinha!
A segunda vez que decidi enfrentar Bangkok fui com Dani. Ah! Dani é a minha mulher e mãe da minha filhota Bianca. Ops… Aqui é Eduardo falando. Tonho Bordão relataria de forma diferente! Ahahahahah… Mas voltando ao assunto, pois fui tragado por justificativas para um relacionamento anterior que queira ou não deixa cicatrizes, Bangkok é tudo isso que falei acima. Não retiro nem uma sílaba do que foi dito. Mas a comida é magnífica! Ela também é linda, cheia de templos budistas milenares bem conservados, e ao mesmo tempo futurística, cheia de restaurantes da alta gastronomia e comida de rua de primeiríssima qualidade, inclusive com uma estrela Michelin premiando sua famosíssima street food.
Além disso, ela tem um rio sinuoso que a cruza de norte a sul e deságua no GOLFO DA TAILÂNDIA.
Pense nunca cultura milenar que nunca se deixou colonizar por NENHUMA potência europeia, na época em que os Europeus se achavam no direito de colonizar algum país ou cultura. Que petulância, hein?!
Mas antes que eu me esqueça, a Tailândia além de ser MUITO barata para o turista brasileiro (pelo menos até a última cotação do câmbio…), também tem um povo muito hospitaleiro falante do inglês, em sua maioria budistas, com praticamente zero violência, se fores comparar ao Brasil.
Quer mais alguma informação? Vai lá no meu roteiro da Tailândia (ainda a ser escrito) e saiba um pouco mais sobre Bangkok e ilha Phi Phi; se ainda não ouviu falar dessa ilha, dá um googlada no termo e descubra que um filme com Leonardo di Caprio levou esse lugar ao estrelato e depois ao esgotamento.
Isso mesmo. Entre 2018 e 2021 ou 22, salvo engano, Phi Phi Leh, que é um subdistrito da ilha principal ficou interditada para o turista por que simplesmente os corais da região estavam TOTALMENTE mortos. Ainda bem que a mãe natureza e o governo local fizeram o seu trabalho. Phi phi leh agora pode ser visitada novamente, porém com restrições em relação a como o turismo predatório era feito antes. Agora existem plataformas pelas quais o visitante deve pisar para não danificar os corais a flora e fauna, além de restrições maiores quanto ao número de pessoas por dia que a ilha aceita em suas visitas.
Pôrran, isso é simplesmente a Tailândia! Não vou me prolongar mais aqui. Se você ainda não tem curiosidade de ir lá, só posso lamentar!
Agora, mudando um pouco de foco, queria falar sobre xenofobia. É um assunto sério e delicado. Também é cercado por polêmica.
Mas escute minha sugestão: se você não quer gastar seu rico dinheirinho visitando um país inóspito ao visitante, ou simplesmente SATURADO de TURISTAS a ponto de os habitantes de uma cidade não querer que você vá lá e ao ponto de ser mal tratado como viajante, como visitante, RECOMENDO SINCERAMENTE que DEIXE DE VISITAR ESTE LUGAR!
Pra quê ir a Veneza e ser distratado por gente sem paciência com os turistas?
Já fui, dou por visto, por mais que o lugar seja de outro mundo em termos de belezas artificiais (construções humanas). Ou então, pra quê visitar Barcelona, quando simplesmente o catalão morador da cidade não aguenta mais você lá, lhe incomodando? DESISTA! Vá lá uma vez e nunca mais vá… Essa é a dica sobre XENOFOBI-TURISMO que eu tenho a dar! (isso mesmo… vc não leu errado. Inventei essa palavra agorinha).
O xenofobi-turismo é algo a ser encarado com muito cuidado. Se vai visitar a cidade do cara que tá de saco cheio de você, procure ao máximo não o incomodar. Tente se passar por local. Procure se informar antes de visitá-lo quais as coisas que lhes desagradam. Aposto que serás tratado com muito mais atenção e paciência se não fores aquele turista padrão. E qual o turista padrão? Não sei dizer ao certo. Só sei que ele incomoda muito. Procure ser um camaleão global. Um cosmopolita de carteirinha que perambula por aí deixando suas pegadas da maneira mais consciente e silente possível. Sem incomodar. Mas também fazendo conexões com aqueles que querem se abrir para esta experiência. Mostrando ao morador local que você, brasileño, não é mal educado; é sensível; é bem humorado; é latino e gosta de fazer amizades por onde passa.
Só não vou falar mal dos habitantes de PARIS, pois incrivelmente nas vezes em que “vivi” por lá, fui tratado muito bem por tod@s.
Tendo em vista que começava toda conversa com um bon jour e um sorriso (linguagem universal). Depois lançava mão de uma das únicas frases que sei em francês que é: Bonjour, pardon, je ne sais parler français, je suis désolé… e emendava logo um inglês na expectativa de que o francês me respondesse na língua universal. Então fica a dica pra ter as melhores experiências na terra do croissant! E do fromage, e do vinho, e do espumante, e da boa comida!
Na Alemanha, país famosamente conhecido pela frieza dos seus habitantes, sempre fui bem recebido. Não precisava dizer mais nada além de um GUTEN MORGEN em todas as ocasiões. Pense num povo porreta e querido. É o Alemão! Sem contar com a façanha de que o seu passaporte é brasileiro. Sabia que o brasileiro é bem recebido universalmente em qualquer lugar do mundo com a exceção de BUENOS AIRES, em algumas ocasiões?
Brincadeirinha. BA é incrível e nunca fui distratado lá. Amo a Argentina e todas suas paisagens variadas e ricas!! Sua comida fantástica, seu câmbio favorável (não mais…) e seu povo semicivilizado.
Só na Noruega mesmo, que num passeio em pleno 25 de dezembro num parque em Stavanger tive a impressão de que os habitantes não estavam gostando de me encarar com olhos inquisitivos e sendo respondidos com um BOM DIA em norueguês. Poucos me responderam! Por que será? Talvez frieza. Talvez timidez? Talvez inibição? Talvez eu estivesse sendo muito invasivo na cultura deles dando simplesmente um bom dia.
Poxa, mas em pleno 25 de dezembro? Mas tudo bem, levei na esportiva; e somente um norueguês pra poder explicar isso. Tenho uma história MUITO BOA SOBRE UM NATAL EM STAVANGER. Vai lá post sobre a Noruega (quando ele for escrito!) E outra estória sobre uma bolsa que deixei num trem em Oslo e só me lembrei depois do check in no hotel. Agora como reencontrei a bolsa e o que tinha dentro dela, só vou te contar mesmo lá no post sobre esse país lindão, caríssimo e cheio de gente galega e alta chamado NORUEGA. Amei! E foi uma grata surpresa ter viajado pra lá por MUITA insistência da minha Tonha Bordão.