Bali (introdução) – INDONÉSIA

Introdução

Antes de mais nada, uma pequena explicação: a Indonésia é uma nação composta de 14 mil ilhas (ou 17 mil? Quem sabe? Já vi informações que não batem), e forma o maior arquipélago do mundo banhada pelos Oceanos Índico e Pacífico. Bali é uma ilha em formato semi triangular (quase um losango pra ser mais preciso), que é a joia da coroa indonésia. A queridinha dos turistas australianos, dentre tantos outros, inclusive eu, em certo momento de minha vida.

É a maior nação muçulmana do mundo com mais de 200 milhões de habitantes. Mas a maioria esmagadora da população de 4 milhões e pouco de pessoas de Bali é formada por Hindus. Estou trazendo um pouco dessas informações estilo “almanaque abril” (íche, já denunciei minha idade por essa referência!) para contextualizar e preparar você para o que vem pela frente.

Primeira vez que ouvi falar em Bali eu era adolescente e eu e meu grupo de amigos estávamos dando nossas primeiras braçadas no mundo do surf. Digo braçadas, pois pra ficar em pé na prancha você tem que dar muitas braçadas ou remadas primeiro. Ô esporte difícil e desafiador!

Bali é uma das mecas do surf mundial, devido as praias e as ondas de Uluwatu, dentre outras. Mas não é apenas isso. Uluwatu (significa “beira da falésia” na língua local) tem esse nome devido ao seu templo hindu que fica no topo de um desfiladeiro com mais de 70 metros de altura em relação ao nível do mar logo abaixo, em que ondas gigantes e perfeitamente formadas quebram sequencialmente umas atrás das outras (point break, na linguagem surfística e não beach break). Em outro post explico a diferença de beach break pra point break.

O templo em si não é tão grande, mas tá ali desde o século XI, pra se ter uma ideia. É daqueles locais cuja imagem icônica já está na psique humana coletiva, mesmo você nunca tendo estado lá. Vai por mim. Dá uma olhada nessas fotos aqui.

O entorno do templo tem um longo calçadão/esplanada na beira da falésia, com vistas panorâmicas pro entorno e lá pra baixo, onde águas cristalinas à distância lhe revelam lindos corais pouco abaixo da superfície. De vez em quando passa uma onda gigante, e possivelmente um surfista parecendo um trem no trilho dançando e seguindo o ritmo e o “flow” da onda. A conexão desse esporte com a natureza é coisa de outro mundo.

Além disso, aqui em cima na falésia e no templo em si, há apresentação de danças hindus ao por do sol, num ritual bastante admirado entre os turistas, além de… você não vai acreditar… macacos ladrões.

Sim! Macacos me mordam! São macacos-caranguejeiros já famosos por isso. Não foram treinados por ninguém. Gostam de afanar uns óculos escuro aqui, um brinco ali, um colar acolá. Deu bobeira, eles chegam por trás, dão o bote e saem correndo, até que “especialistas” (guias do templo que logicamente cobram pelo acompanhamento) consigam negociar o escambo de frutas variadas pelos pertences das vítimas. Muitas vezes uma reles banana não é aceita como objeto de troca. Os guias então tentam adivinhar o que aquele macaco em particular está querendo em troca. Surreal, não?

Eis o que diz um jornalista da revista Veja, no relato sobre uma pesquisa científica feita para tentar entender esse comportamento específico dos macacos de Uluwatu:

“Os pesquisadores constataram que a técnica aprendida pelos macacos está diretamente relacionada à interação com os humanosquanto mais tempo os animais convivem com os visitantes, mais eles desenvolvem os furtos e transmitem a técnica para gerações futuras do bando. Outra descoberta foi que, quanto maior a presença de machos jovens nos bandos, mais frequentes era os roubos.
A partir das observações, a equipe concluiu que o comportamento é espontâneo, ou seja, não é inato, mas é um aprendizado cognitivo passado de indivíduo para indivíduo. Depois de assimilado, torna-se um costume dentro dos grupos. No entanto, em outros templos de Bali cheios de turistas e macacos, a ação não ocorre, o que pode ser um indício de uma “tradição” dos macacos do local.”

Ou seja, graças ao convívio conosco, humanos, os macacos aprenderam a roubar coisas e querer trocá-las por acepipes em geral. O turista não só deu pipoca aos macacos, como o macaco quis mais. O macaco acabou mordendo a maçã de Adão e Eva. E repare ainda mais: os machos jovens, querendo se mostrar mais solícitos aos mais antigos do bando ou querendo assumir o papel de líderes, acabam se tornando os mais aptos a perpetrarem o roubo! Lembrou o comportamento de alguma outra espécie?

Resumindo, pois o roteiro de Bali ainda está apenas começando, se você for lá, não deixe de ir ao templo de Uluwatu, pois além de se deslumbrar com vistas lindas de todo o cenário, verás cenas cômicas de macacos ladrões afanando trouxas (ops… turistas!), que sairão desesperados atrás de seus pertences.

Caso o turista tenha optado pela experiência “full package”, ele terá a tira colo um guia balinês (que fala a língua dos macacos), especialista na negociação em roubos e em extorsões com macacos enlouquecidos, que fará ali, ao vivo e a cores essa linda troca de uma sandália havaiana, um óculos de sol, um boné ou uma bolsa por uma penca de bananas, ou kiwis, ou duriões docinhos e fedidos, ou, quem sabe, até mesmo um torresmo. Bom, sinceramente, torresmo já é licença poética de Tonho! Mas certamente com o passar do tempo o nível de exigências desses macacos espertalhões deve estar sempre aumentando! Prepare o Bolso!

O hinduísmo balinês tem explicações e implicações históricas.

Não é exatamente igual ao hinduísmo indiano, por exemplo. Há 6 séculos a dinastia hindu balinesa migrou da ilha principal de Java para Bali, fugindo do avanço do islã no restante do território indonésio. Essa dinastia consistia de intelectuais, de artesãos, de sacerdotes, etc. Bali sofreu influências de Java, China e Índia, mas resistiu à invasão de holandeses e japoneses bravamente.

Não é à toa que Bali também é conhecida como a Ilha dos Deuses, devido aos seus milhares de templo hindus, e, logicamente, por que no hinduísmo o politeísmo é regra. Por isso que está no plural: DEUSES. São diversos Deuses.

E apesar de ser uma ilha, não é pequena, como inicialmente muitos podem ser levados a crer. Pra se ter uma ideia, há mais de 20 mil templos nela. É templo atrás de templo. Todo adepto do hinduísmo balinês é devotado aos milhares de deusas e deuses que é característico dessa religião. Todo balinês hinduísta matinalmente prepara o seu CANANG SARI, que é um pratinho feito de palha de coqueiro, com um pouco de uma fruta, uma pouco de arroz, uma flor e um incenso aceso em frente a sua casa, na calçada, ou em frente ao seu comércio, para trazer boas vibrações e bons negócios (e, logicamente, agradecer aos deuses e seus ancestrais por tudo e reafirmar a sua devoção). O karma é algo com o qual todos eles aprendem a conviver desde cedo. Existe uma paz de espírito enorme nessa ilha, para aqueles que a visitam a procurando (os mais religiosos ou místicos, claro). Os balineses também são de modo geral espiritualizados, amáveis, afáveis e recebem muito bem o viajante/turista, independentemente de sua proveniência.

Dicas gerais pra viagem

(que podem ou não se aplicar a TODA VIAGEM QUE FIZERES):

Aplicativos:

Assim que chegar ao aeroporto, já procure as lojas de operadoras de telefonia local, e compre um pacote de dados pré-pago e um sim-card. Com ele, você poderá consultar os aplicativos e fazer pesquisas na internet quando surgir dúvidas sobre a viagem, NO MEIO DA VIAGEM. No aeroporto os preços desses cartões são ligeiramente mais caros do que nas lojas de ruas do seu destino.

Eu sempre usei o aplicativo tripadvisor pra fazer pesquisas de restaurantes e bares, além de sugestões de passeios mais populares nos lugares que estou visitando. Além de selecionar restaurantes e experiências que são ranqueados pelos próprios usuários do app, dá pra ver fotos, consultar os menus e preços, horário de funcionamento, endereço e tomar a decisão de onde ir previamente. Sem sustos e imprevistos.

Outro aplicativo que não pode faltar é o google maps ou o waze para conseguir dirigir e trafegar sem se perder. Na verdade, o TRIPADVISOR perdeu o seu lugar de pesquisas pra bares e restaurantes pra mim. O google maps faz esse papel agora. Saio clicando nos restaurantes, de olho nas suas notas e avaliações e sobretudo na quantidade de avaliações. ISSO JÁ TE DÁ UM NORTE SOBRE ONDE COMER, tendo ideia de quanto irá gastar inclusive, olhando o cardápio do lugar nas fotos.

Pra fazer reservas de hotel, uso o aplicativo. Sempre que tive problemas com a reserva ou com o Hotel o booking foi bastante rápido no atendimento e resolveu o problema. Ou se o local for muito caro, como nas grandes capitais e compensar, uso o aplicativo do Airbnb. Mas não custa nada comparar preços do mesmo hotel no google.  E, se for o caso, entrar em contato direto com a propriedade e reservar com eles, pois o preço certamente será menor.

Para aluguel de carros, usei o, que é da mesma empresa do booking. Mas também vale a pena fazer o mesmo daí de cima: procurar outros sites e comparar preços antes de reservar. E checar a avaliação da locadora no google maps também. Fica a dica. É de grátis.

Segurança:

Em qualquer lugar que viaje, fique atento como se estivesse no Rio de Janeiro, em Recife, ou em qualquer outra grande capital brasileira. Portanto, estamos vacinados. Não devemos circular a pé à noite pelas ruas. Se for para um bar ou festa, pegue o uber da porta do hotel/airbnb e desça em frente ao local a que se dirige, sem dar bobeira. Na maioria dos locais você sempre vai encontrar flanelinhas na região de bares e restaurantes. Por mais que a cidade seja pequena, eles estarão lhe aguardando no estacionamento. Cumprimente-os, e na saída dê uma gorjeta pra eles. Não vá querer arrumar encrenca em terras estrangeiras.

Durante o dia, circule normalmente pelas ruas nas áreas mais movimentadas e turísticas sem nenhum problema. Mas sempre com o “alerta ligado”.

Vá, sem medo de ser feliz!

Último quesito. Esse MUITO IMPORTANTE PRA MANUTENÇÃO DESSE ESPAÇO AQUI:

Lembrete:

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Por Published On: setembro 11th, 2024Categorias: AsiaTags:

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