Ubud (Bali) – INDONÉSIA

Ubud (direto do aeroporto pra lá)

Bom, feita essa breve explicação (do post introdutório de Bali!), vamos ao roteiro do Tonho.

Ôpa, eu não faço roteiros turísticos! Faço jornadas, sou um viajante, procuro por meio do movimento de viajar ter experiências incríveis que irão mudar o meu senso e visão de mundo. Tás caindo nessa ladainha? Posso dizer que na época em que fui a Bali eu ainda era pouco mais turista e pouco menos viajante. Mas retornei mais viajante e menos turista. O que é, atualmente, um dos objetivos finais das minhas viagens!

O aeroporto de Bali fica no sul da ilha, num gargalo entre a região de Uluwatu, que é bem pequena, comparada com o restante da ilha. Veja o mapa e você vai visualizar melhor o que estou a falar. A capital Denpasar fica nesse emaranhado urbano no entorno do aeroporto para o norte. Emaranhado urbano sim, já viu fotos ou vídeos de Bali antes? Procure imaginar ruas de asfalto estreitas, sem nenhuma sinalização, construções baixas, algumas malfeitas mesmo, outras muito bem-feitas e cheias de detalhes da arquitetura hindu que são as casas dos locais. O balinês comum mora em uma casa, cujo terreno também tem o seu próprio templo e altar devotado aos seu deus de predileção. Ele também divide essa mesma casa com todas as gerações de parentes vivas, por falta de dinheiro para que cada um tenha a sua própria casa. Esse é um país pobre, carente e cujas disparidades econômicas são tão gritantes quanto as nossas, por exemplo.

Nesse traslado de Denpasar pra Ubud caímos em uma das tourist traps mais clássicas que existem: o motorista nos levou num local para degustação de cafés e chás já na região interna da ilha. Chamo de “armadilha pra turista” tudo o que nos é imposto de uma forma bastante discreta pelo circuito turístico, empresários, trabalhadores e autônomos que sobrevivem dele. Você, muitas vezes, nem percebe que caiu numa armadilha. Mas elas estão aí, em todos os lugares do mundo. Isso mesmo. Não pense que você está na Noruega ou no Japão e não haverá armadilhas pra turistas. Mas no terceiro mundo as armadilhas são mais escancaradas. Essa de no traslado a pessoa parar num restaurante, num bar, ou até num posto de gasolina (com feirinha de artesanato embutida) é manjada demais. Se nunca percebeu que o motorista ou a empresa que o motorista representa está ganhando sua comissão nessa parada, você é deveras ingênuo. Portanto, se ligue!

No entorno de Denpasar, há praias a nordeste de areia negra vulcânica e águas cristalinas. Ao oeste estão as praias mais badaladas, cheias de beach clubs, boates, restôs, bares, cafés, lojinhas das mais variadas e tudo mais que faz desse local vibrante um celeiro cosmopolita de balineses e mais uma reca de gringos que decidiram se instalar ali para viver e abrir seus negócios (com o consentimento do governo ou o casamento com um membro indonésio local). Essas praias mais badaladas são Kuta, Seminyak ou Canggu. Lá tem tanto hotéis, pousadas, hósteis, quando villas. Essas villas são basicamente casarões lindos, bem desenhados, com estrutura de hotel cinco estrelas e que cabem famílias inteiras, cujo aluguel fica uma barganha se dividido por todos os adultos numa viagem.

Também tem resorts estilo all inclusive. Mas eu, no teu lugar, não iria ficar num all inclusive, sob pena de perder toda a diversão dessa ilha, que é explorá-la!

Ah! Não fui ao templo de Tanah Lot, que é, talvez, concorrendo com o de Uluwatu, o templo mais famoso e icônico da ilha de Bali. Veja a foto dele, procure relatos de quem o visitou na internet, e decida se vale a pena ir lá. Já nem lembro por que não fui lá… Tonha lembrou aqui que foi por falta de tempo.

Infelizmente foi tanta coisa que fizemos e ainda assim não deu pra fazer tudo que queríamos. Acho que toda viagem é assim.

Os australianos são a sua maioria, seguidos de russos. A Austrália fica logo ali do lado. Portanto é uma razão logística. A proximidade é o que trás os aussies pra cá, além das ondas perfeitas encontradas não só em Uluwatu, mas Padang Padang, Dreamland e Green Bowl. Sim, há nome de praias lá que são em inglês mesmo. Toda a península de Bukit, que é onde ficam essas praias próprias para o surf, mas também com outras de mares calmos e cristalinos, com o plus de a maioria delas terem falésias ou penhascos pra deixar a paisagem ainda mais bonita é valida de visitação.

Inclusive, se o foco da viagem for o surf mesmo, melhor ainda ficar hospedado por aqui em algum hotel da península, pois por mais que o aeroporto de Denpasar e as praias badaladas sejam próximas, relativamente (20 a 30 quilômetros de distância), o trânsito e a largura das ruas e avenidas estreitas fazem da experiência de disputar espaço com carros, vans e sobretudo motos e scooters algo selvagem e demorado demais para se fazer diariamente na sua estadia em Bali. Foque na logística da ilha. Suas ruas são lotadas e caóticas. Deixe para curtir o melhor da ilha com calma, sem se preocupar com deslocamentos entre suas regiões.

A primeira vez que tentei ir pra Bali, os deuses Hindus e o vulcão Agung não permitiram.

Eu estava na minha primeira viagem para a região mais incrível do planeta que conheço (Sudeste Asiático) e em Cingapura que servia de base para viagens planejadas a Bali e a Hong Kong.

De segunda a sexta planejei essas viagens, e no final de semana retornava pra Cingapura pra ficar com a família de meu primo e minhas filhadas, que na época estavam iniciando sua vida por lá. Hong Kong deu certo. Foi massa, assim como Cingapura, que serão futuramente temas de outros posts do Tonho.

Todavia, Bali, dessa vez, não deu certo. Cheguei a pegar o transporte pro incensado aeroporto de Changi em Cingapura, e já tínhamos notícias justo no dia do embarque de manhã cedo de que o espaço aéreo de parte da Indonésia estava fechado para voos por causa da erupção do Monte Agung em Bali. Mas mesmo assim decidimos ir para o aeroporto, pois a esperança é a última que morre e poderia haver algum plano B, como pegar um voo pra Jacarta e depois outro voo para Bali, como meu primo e sua família fizeram (ia ser uma linda viagem em família). Mas eles mesmo quebraram a cara em Jacarta, pois tiveram de voltar de lá pra Cingapura e a viagem pra Bali acabou cancelada mesmo naquela vez. Eu decidi nem insistir nesse plano B e parti pro plano C de última hora: Bangkok, na Tailândia, pois seria um voo curto e justamente para o outro lado de Bali e das cinzas do vulcão indonésio. Acontece que eu não estava muito preparado pra encarar a capital da Tailândia, Bangkok. Eu era muito turista e pouco viajante. Mas isso ficará pro post da Tailândia!

O dia de conhecer Bali finalmente chegou, depois de 2 anos de espera após a primeira tentativa frustrada.

Foi num voo lowcost da Air Asia de Bangkok (Tailândia) diretamente pra Bali, passando por cima da ilha de Bornéu. Bornéu é um nome bonito, não? Eu acho. Fiquei curioso de ir lá algum dia. Lá de cima do avião eu avistava apenas densas florestas tropicais e vez ou outro um rio que serpenteava até o mar. A chegada do avião em Bali é incrível. Se for durante o dia vale a pena pegar um lugar na janela, tanto de um lado quanto do outro. Não vais se arrepender! Vá por mim! De cara já dá pra visualizar aquele marzão azulão cristalino e alguns corais além de gente surfando, criança correndo pro mar, gente jogando bola na areia, guarda-sóis, dentre outros detalhes nas praias do entorno do aeroporto. Já dá aquela vontade de colocar a sunga ou biquíni e sair correndo pra lá.

Inicialmente já combinei um traslado com o hotel (coisa antiga, né? Depois eu baixei os apps de transporte equivalentes ao uber – Grab ou Gojek e os usei por lá sem problemas!), em que fiz reserva em Ubud, pra me pegar no aeroporto e partir direto pra esse interior da ilha, que é cheio de florestas tropicais, menos urbanizada que a capital e o seu entorno, e até de clima mais ameno que na cidade (duzentos metros de altitude já fazem uma diferença, além da floresta em si). Ubud é o centro cultural da ilha, com forte religiosidade hindu, muitos templos, atmosfera zen, muitos spas de yoga, atelieres de artesãos variados e outras cositas más. Ela ficou famosérrima ainda mais depois que Julia Roberts rodou parte do filme Comer, Rezar e Amar por lá (se não viu ainda, veja antes de ir lá conhecer!).

Se ainda não conheces algum dos países do Sudeste Asiático, Bali é um clássico bom início pra se encantar por toda a região e ficar com aquele gostinho de quero mais, de voltar novamente por lá, e conhecer outros países que fazem parte dessa linda área do globo terrestre.

Ubud é exótica. A religião Hindu, como anteriormente enfatizado, tem enorme influência no dia a dia das pessoas, nas vestimentas, nas festas do calendário religioso, no modo de pensar, no modo de agir e de tratar o visitante. Vá por mim, vale a pena demais conhecer esse lugar!

A divisão urbana de ruas em Bali é um pouco mais rudimentar que nos países ocidentais. O que isso quer dizer? Bom, pra chegar ao nosso hotel do aeroporto até o local mais próximo em que o carro chegava foi mais de 1 hora pra percorrer 36 quilômetros por ruas bastante estreitas em que carros, motos, bicicletas, crianças e animais (vez ou outra) dividem espaço. Não só isso: o carro chegava a um local em que não havia mais estrada, apenas um caminho de pedras para pedestres e uma via que cabia apenas uma moto passando por casas, hotéis, pousadas e muitos campos de arroz. Nossas malas foram carregadas numa scooterzinha, assim como nós, na traseira no lugar do carona na motoca. Então quando for escolher sua hospedagem, fique atento a esse detalhe: se a rua chega diretamente ao seu hotel/pousada/hostel, ou se tens que fazer uma pequena caminhada ou pegar carona numa lambretinha, esteja pronto! Certamente você não deverá estar com uma mala daquelas pequenas pra sair carregando na sua cabeça (pois você está do outro lado do mundo e veio pra ficar mais do que poucos dias, estou certo?). Então deixe os carregadores fazerem os eu serviço e paguem umas rúpias indonésias pra eles! Aliás, sempre tenha umas rúpias a mão pra sempre dar boas gorjetas pra todos que lhe ajudarem por aqui (essa dica serve pra todo lugar, né não? Se a pessoa está ajudando o viajante e aquele é o seu trabalho, por que não lhe dar uma boa gorjeta?).

Outro detalhe importante. Se você tiver habilitação pra moto, isso vai facilitar seus deslocamentos na ilha. Não que quem for alugar a moto pra você vá querer checar se você tem habilitação pra pilotar moto. Longe disso. Aqui o informalismo prevalece como em muitos locais no Brasil. Mas sua consciência deve falar mais alto: vou arriscar meu lindo corpinho ou pescoço pilotando uma moto quando não tenho experiência? Ainda mais num trânsito enlouquecido em ruas estreitas a apinhadas de scooters?

Também podes alugar carro, mas como falei, as ruas são estreitas. E você não está acostumado a dirigir no trânsito pesado e caótico de Bali, vá por mim. Eu aluguei uma scooterzinha, pois Tonho tem habilitação para motonetas dentre outras e toda vez que chego numa ilha, fico com essa tara de pegar uma moto pra relembrar os tempos em que eu era jovem, irresponsável, e acreditava que se fosse cuidadoso, jamais levaria um baque de moto. Depois do primeiro baque vendi a minha moto que usava diariamente por 3 anos. Não tenho mais idade pra usar meu peito ou minha cabeça como para-choque numa batida de moto. Mas em Bali, foi tranquilo! E eu resolvi arriscar. O aluguel da lambretinha custou apenas uns 5 dólares por dia. Não sei quanto custa hoje em dia (faça sua pesquisa in loco). Ah! E sempre barganhe. Aqui se barganha como no Brasil.

Mas em Ubud há muito pra fazer sem precisar de transporte. Reserve ao menos 1 ou 2 dias pra explorar a vilazinha e seus arredores. São diversos comércios legais, mercados de souvenires, restôs, bares, e sobretudo TEMPLOS. Os templos são lindos de morrer e os principais devem ser visitados por você, viajante curioso, que ama história, arqueologia e religiosidade. Os principais em Ubud são o Ubud Palace, em que também ocorrem apresentações de dança típica (recomendo demais) e o Taman Kemuda Saraswati, que tem um caminho sobre um lago de lótus que leva ao templo em si. Se liguem! Pra entrar dentro dos templos homens e mulheres devem estar de SARONG. Sarong é um pano grande feito de diferentes estampas que se deve enrolar na cintura e dar um nó na frente (os locais irão lhe ensinar a dar o nó da maneira mais correta). Creio que as mulheres também devem cobrir os ombros. Ou isso seria nos templos budistas na Tailândia?? Tonho já está com a memória falha… bom! Faça sua pesquisa nesse sentido também. Caso 2 templos não sejam suficientes para você, também tem o Pura Dalem Ubud ainda no vilarejo.

Os terraços de arroz são uma das principais atrações da região de Ubud, tendo em vista seu apelo fotográfico. São realmente lindos! Na região próxima a Ubud chamada Tegallalang Rice Terrace (em inglês mesmo), há diversos empreendimentos preparados pra receber o turista entusiasta pra tirar aquela foto perfeita em balanços com os terraços de arroz ao fundo. Mas também consumir alimentos por lá e outros pacotes esotéricos variados. Todavia, praquele que quiser ir somente dar uma conferida, inclusive se “perdendo” nos terraços de arroz sem pagar um tostão, o passeio é mais que válido e será feito no seu próprio tempo! Tem alguns arrozais que há cercas de bambu que impedem o seu acesso. Esses você terá de pagar pra visitar. Cuidado, há diversos guias que ficam à espreita, aguardando o turista chegar por lá oferecendo seus serviços. Podes contratar um desses guias, e ajudar a economia local, sobretudo essas pessoas físicas que dependem do seu dinheiro pra sobreviver. Ou podes optar pelo modelo do it yourself (“faça você mesmo” e vá encarando os arrozais até se perder por lá, como eu fiz). Os diversos empreendimentos do entorno dos terraços também são uma opção mais pasteurizada de toda a experiência. Decida-se por qual das maneiras irás conhecer esses lindos terraços de arroz. Fica a dica. É de grátis. É by Tonho Bordão. Ah! Do centro de Ubud pra cá são apenas 9 quilômetros. Você pode vir de bike, se quiser, mas o terreno é um pouco acidentado. Você tem que estar com o preparo físico em dia. Senão, vá de moto, carro, etc.

Tu acreditas que o meu querido Monte Agung estava soltando fumacinhas novamente nessa segunda vez que fiz a viagem pra Bali??

Sim, ele resolveu dar sinais de vida (ou fumaça), antes de eu tentar visitar a ilha pela segunda vez. Mas dessa vez eu resolvi encarar, pois a erupção estava por vir, mas ainda não tinha chegado a fazer estragos. Ele apenas passou algumas semanas demonstrando sinais de que iria entrar em erupção através de sinais sísmicos interiores. O que aconteceu dias depois da minha partida da ilha. Dessa vez a sorte estava comigo! Infelizmente, por conta desses sinais sísmicos do Agung, eu não realizei o meu sonho de ver o nascer do sol do topo dele! Fica pra próxima, quem sabe. Ah! Essa escalado do vulcão é conhecida e tem agências que podem lhe ajudar nisso por lá, caso seja do seu interesse. E se estiver lá, recomendo fazer essa aventura estando em Ubud, pois já é mais próximo do vulcão do que a capital da ilha mais ao sul.

O vulcão fica a 3.031 metros acima do nível do mar. Portanto, se fores escalar o bichão, leve um bom agasalho corta vento e calça idem, vai estar frio e provavelmente ventando! E se for um dia de poucas nuvens, fique sabendo que conseguirás ver o mar, e boa parte da ilha lá de cima! E todo o entorno! Deve ser incrível! Tu tás numa ilha tropical em que ao sul o surf é o grande foco e nessa região ao nordeste, tem essa montanha de 3 mil metros pedindo pra ser escalada, mas que vez ou outra cospe um foguinho… Haja aventura e esportes radicais. Mas aviso logo: é uma trilha difícil e desafiadora que dura em média 6 horas até o topo e depois mais 6 horas na descida. Não é pra qualquer um. E nesse relato super detalhado da Luisa, há mais informações.

Outra opção radical no entorno de Ubud é fazer rafting ou boia-cross. Os rios Telaga Waja ou Ayung tem desses passeios.

Quer mais uma última opção radical? Mergulho de cilindro. Snorkel é para os fracos.

Mas o prazer pode ser tão grande quanto o do mergulho de cilindro nas profundezas do mar sem fim. No snorkel você fica na superfície, respirando por um tubo (o chamado snorkel, caso não saiba) e fica avistando os peixes, os corais, tudo lá de cima.

Tonho tem brevê de mergulhador. Ele fez seu treinamento em Brasília e o batismo nas águas turvas do lago Paranoá; pense numa programação difícil de concretizar. Foi bom, que com a visibilidade de 3 metros das profundezas do Paranoá fiquei mais do que treinado pra mergulhar com visibilidade de 40/50 metros ou mais! Mas tive de ficar bem alerta, e ligado no meu instrutor, para não se perder no fundo do Paranoá e ficar por lá junto com a carcaça de geladeiras, carros, latinhas de skol da década de 90, dentre outras coisas mais!

Pois bem, o mergulho em Bali não foi em Bali. Tive que pegar um barco pra Lembongan, que é uma ilhota menor que Bali que fica à leste de Sanur. Sanur é aquela praia boa pra famílias e menos badalada que as praias do oeste da mesma área de Bali.

Lembongan tem paisagens incríveis e fiquei com vontade de voltar lá numa próxima vez (problema é que táva tão focado em mergulhar que nem foto tirei!), inclusive pra se hospedar por alguns dias. Linda, linda, linda. O mar de lá é incrível, cristalino, com visibilidade gigantesca, vida marinha bastante vasta. Vi uma tartaruga verde assim que cai na água pela segunda vez. No primeiro mergulho o objetivo era encontrarmos o peixe lua, que é encontrado por aquelas bandas com mais facilidade que aqui. O peixe lua também é conhecido como Mola Mola; e é o maior peixe ósseo do globo. O que isso quer dizer? Ele não tem espinhas como a maioria dos peixes. Ele tem ossos. E é simplesmente gigantesco. Veja uma foto deles aí entre tantas outras fotos que Tonho tirou… O peixe lua pode chegar a 3 metros por 2 metros de tamanho, pesando mais de uma ou duas toneladas. Mas apesar do tamanho, é uma espécie inofensiva pra nós, diferentemente de um tubarão com fome e curioso. O mergulho com um bichão desses é incrível. Porém, frustrando as expectativas de Tonho, não dei de cara com um mula mula.

Mas foi um bom mergulho pra treinar minha adrenalina e aprender a respirar com mais calma pra o mergulho durar mais tempo. Antes de cair na água eu estava prestes a ter um ataque de pânico. O bote pequeno em que viajamos até a lateral de um penhasco com águas bravias me deixou um pouquinho preocupado. Pouquinho é eufemismo. Mas fui me acalmando a medida que o mergulho foi se concretizando e vi que conseguiria encarar a aventura. Pena que como minha respiração ainda estava ofegante, esse primeiro mergulho durou pouco mais de 20/30 minutos. segundo mergulho, no mesmo passeio (o padrão do mergulho de cilindro é esse: no mínimo dois mergulhos), pude constatar um lindo paredão de corais e uma correnteza lateral que fez do passeio algo, muito agradável. Parecia uma montanha russa devagar, em que bastava eu ir desviando de uns corais aqui, um peixinho ou outro ali, e assim seguia o fluxo sem muito esforço físico.

Pena que nesse mergulho vi pela primeira vez pessoalmente o branqueamento de corais. O branqueamento é a morte deles.

É triste. É realidade. E por enquanto a recuperação desses corais só será possível caso toda a humanidade se junte num esforço de diminuir as temperaturas do aquecimento global. Esse processo parece ser sem volta, por enquanto. É foda. Nós humanos somos praticamente uma praga na face da terra.

Retornando a Ubud, vale a pena fazer uma caminhada numa passarela no topo de um morro que tem vistas para os morros laterais e suas florestas bem ali na região central da cidade. O nome do lugar é Campuhan Ridge Walk. E o melhor: é de graça! Só não é tão fácil encontrar a entrada da trilha. Ela fica numa ruela ao lado do Ibah Luxury Villas and Spa (procure pelo google maps) e faça sua caminhada quando o sol não estiver lá no alto. Leve repelente. Aliás, use repelente o tempo todo!

De lá também aproveitamos que estávamos mais centralizados na ilha de Bali e fizemos uma excursão de um dia com motorista contratado para subir outra montanha da ilha, mas dessa vez para visitar um templo hindu literalmente icônico que inclusive está na cédula de 50000 rúpias indonésias, conforme a foto. Ele fica em outra área cujo microclima permite a plantação inclusive de morangos na encosta da montanha. O templo Ulun Danu Bratan é lindo, com um telhado que se multiplica e se repete pra cima, além de estar na beira de um lago e no entorno de um lindo vale com outras montanhas por perto, além de outro vulcãozinho. Bali tem alguns vulcões, fique sabendo. De Ubud pra lá são 44 quilômetros e quase 1h30 de trajeto durante o dia. Então é um passeio pra ser feito com calma, e recomendo também planejar visitar algum outro lugar no entorno, ou procurar um restaurante bacana e diferente que tenha nessa região.

Uma das minhas sugestões é ir em uma das inúmeras cachoeiras que circundam o templo, nessas montanhas adjacentes. A lista é grande: Nungnung, Bayumala (ou Banyumala twin), Tirta Mampeh, Munduk Tutub, Sekumpul, Banyu Wana Amertha, Blahmantung. Nessa região do templo Ulun Danu Beratan também existem parques e reservas naturais muito interessantes pra quem gosta duma caminhada da floresta. Com certeza a caminhada até uma das cachoeiras também lhe trará esse contato com a natureza.

Um dos locais mais conhecidos da região de Ubud que não botei os pés foi a Monkey Forest. Como já estou escolado com macacos desde pequeno, nas minhas estadias no bairro do Jardim Botânico do RJ, aos pés do cristo e do lado da floresta da Tijuca, prefiro encontrar com macacos quando são inevitáveis, como no templo de Uluwatu. Outra recomendação para quem quer entrar em contato com os símios, é sempre manter os olhos neles. Eles geralmente não avançam quando você está de olho neles. E se avançar, reaja! Dê gritos, levante as mãos. Certamente ele terá mais medo de você do que o contrário! Fica a dica; é de grátis: by Tonho Bordão.

Outro templo imperdível dessa região central da ilha é o Tirta Empul (Templo da Água Sagrada), em que as pessoas literalmente entram em piscinas para tomar banho. É lindo, tem uma atmosfera diferente praqueles que tem essa pegada zen, uma veia esotérica mais pulsante, ou seja adepto do hinduísmo. Outra dica é RESPEITO. Você está visitando templos hindus lindos e fotogênicos. Não vá lá só pra tirar suas fotos e postar nas redes sociais pra ganhar mais likes. Vá pra conhecer, saber da história do lugar, da conexão que os locais têm com ele. E, principalmente, aproveite para se conectar com a sua espiritualidade nessa linda Ilha única na terra. Lembrando que no restante da Indonésia não há nada igual como aqui. Ela é em sua maioria muçulmana, portanto, cultura, alimentação, até linguagem são influenciadas por uma religião totalmente diferente da praticada pela maioria da população de Bali desde o século catorze (XIV), ou ano mil trezentos e pouco…

Se chegou até aqui, tá na hora de pular pro próximo texto dessa viagem INCRÍVEL (BALI – SEMINYAK – INDONÉSIA) que o Tonho e a Tonha fizeram pra BALI! Próximo tópico é PRAIAS! Estadia em Seminyak, passeio enlouquecido de lambretinha até Uluwatu, dentre outras cositas más.

Quer um roteiro personalizado? Eu facilito sua reserva em hotéis, restaurantes, transfers, sugiro passeios, museus e tudo mais… Basta entrar em contato!!

Dicas gerais pra viagem

(que podem ou não se aplicar a TODA VIAGEM QUE FIZERES):

Aplicativos:

Assim que chegar ao aeroporto, já procure as lojas de operadoras de telefonia local, e compre um pacote de dados pré-pago e um sim-card. Com ele, você poderá consultar os aplicativos e fazer pesquisas na internet quando surgir dúvidas sobre a viagem, NO MEIO DA VIAGEM. No aeroporto os preços desses cartões são ligeiramente mais caros do que nas lojas de ruas do seu destino.

Eu sempre usei o aplicativo tripadvisor pra fazer pesquisas de restaurantes e bares, além de sugestões de passeios mais populares nos lugares que estou visitando. Além de selecionar restaurantes e experiências que são ranqueados pelos próprios usuários do app, dá pra ver fotos, consultar os menus e preços, horário de funcionamento, endereço e tomar a decisão de onde ir previamente. Sem sustos e imprevistos.

Outro aplicativo que não pode faltar é o google maps ou o waze para conseguir dirigir e trafegar sem se perder. Na verdade, o TRIPADVISOR perdeu o seu lugar de pesquisas pra bares e restaurantes pra mim. O google maps faz esse papel agora. Saio clicando nos restaurantes, de olho nas suas notas e avaliações e sobretudo na quantidade de avaliações. ISSO JÁ TE DÁ UM NORTE SOBRE ONDE COMER, tendo ideia de quanto irá gastar inclusive, olhando o cardápio do lugar nas fotos.

Pra fazer reservas de hotel, uso o aplicativo. Sempre que tive problemas com a reserva ou com o Hotel o booking foi bastante rápido no atendimento e resolveu o problema. Ou se o local for muito caro, como nas grandes capitais e compensar, uso o aplicativo do Airbnb. Mas não custa nada comparar preços do mesmo hotel no google.  E, se for o caso, entrar em contato direto com a propriedade e reservar com eles, pois o preço certamente será menor.

Para aluguel de carros, usei o, que é da mesma empresa do booking. Mas também vale a pena fazer o mesmo daí de cima: procurar outros sites e comparar preços antes de reservar. E checar a avaliação da locadora no google maps também. Fica a dica. É de grátis.

Segurança:

Em qualquer lugar que viaje, fique atento como se estivesse no Rio de Janeiro, em Recife, ou em qualquer outra grande capital brasileira. Portanto, estamos vacinados. Não devemos circular a pé à noite pelas ruas. Se for para um bar ou festa, pegue o uber da porta do hotel/airbnb e desça em frente ao local a que se dirige, sem dar bobeira. Na maioria dos locais você sempre vai encontrar flanelinhas na região de bares e restaurantes. Por mais que a cidade seja pequena, eles estarão lhe aguardando no estacionamento. Cumprimente-os, e na saída dê uma gorjeta pra eles. Não vá querer arrumar encrenca em terras estrangeiras.

Durante o dia, circule normalmente pelas ruas nas áreas mais movimentadas e turísticas sem nenhum problema. Mas sempre com o “alerta ligado”.

Vá, sem medo de ser feliz!

Último quesito. Esse MUITO IMPORTANTE PRA MANUTENÇÃO DESSE ESPAÇO AQUI:

Lembrete:

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Por Published On: setembro 12th, 2024Categorias: AsiaTags:

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