Sicilia (Introdução) – ITÁLIA
Introdução
A Itália tem paisagens, comidas, bebidas, histórias milenares e uma cultura forte que transpõe fronteiras (quem aí não é viciado numa pizza ou numa macarronada? Pra só ficar nos mais clássicos).
E essas fronteiras foram das últimas na Europa a serem definidas, devido a existência de vários Reinos internos até o século dezenove. Isso se reflete muito na variedade de gostos, culturas, dialetos italianos e sobretudo COMIDAS de uma Toscana, de um Vêneto ou de uma Calábria, por exemplo. Vá por mim, todas elas têm uma marca distinta da outra e todas valem a pena serem exploradas, não apenas essas três que citei acima. Itália é pra esmiuçar de cabo a rabo.
De norte a sul, o país tem diversas cidades patrimônio da humanidade, mas também uma geografia bastante acidentada com Alpes, montanhas e cordilheiras que deixam a vista mais fotogênica; adicione a isso o Mediterrâneo que a circunda (mares Adriático a leste, Jônico ao sul e Tirreno a oeste) com águas cristalinas e ao mesmo tempo geladas. O formato do país lembra uma bota de cano longo.
Bem em frente a ponta do pé dessa bota fica uma ilha em formato de triângulo chamado SICÍLIA, que é um belíssimo ponto de partida pra adentrarmos nesse país único e cheio de personalidade. Por quê? Ora, por que a Sicília reúne TUDO que a Itália tem de melhor na minha humilde opinião.
A Sicilia tem uma comida incrível e relativamente barata (compara com o norte da Itália, por exemplo). Exemplos dessa comida? Arancini (bolinhos de arroz arbóreo frito com diferentes recheios); macarronada com sardinha (uma espécie de bolonhesa do mar – pasta con le sarde) com farelo de pão crocante no topo ao invés do onipresente parmesão (aliás, pra italiana da gema, misturar frutos do mar com queijo é uma heresia; no máximo um azeite); pasta a la norma que é simplesmente berinjela frita com alcaparras, tomates, cebola e alho (ou uma variação disso), com ricota defumada ralada; e o que dizer do cannoli? Ou cannolu? Na língua local siciliana? Isso mesmo. Na Sicília se fala um dialeto bem diferente do italiano geralzão falado em Roma e mais pro norte, por exemplo. O cannollu, se ainda não conheces, nada mais é do que um tubete de massa folheada crocante com recheios de ricota doce, ou de limão siciliano ou do onipresente PISTACCHIO (pistache). Não deixe de provar o cannoli em vários lugares, assim como os arancini! Fica a dica; é de grátis: By Tónio de La Bordella.
Cada cidade e região dentro da Sicília também tem seus próprios clássicos. Mas o Arancini é onipresente em toda a ilha! E são enormes (do tamanho duma bola de tênis, pra se ter uma ideia). Com dois arancini no almoço numa lanchonete eu já tava de bucho cheio pra continuar a perambular pelas ruelas de cidades encantadoras e explorar toda a sua belezura histórica. Melhor ainda é que os arancini tem recheios diferentes: quatro queijos, bolonhesa, cogumelos, dentre outros. É uma loucura de delicioso e barato, se comparado com outros lanches clássicos de outras cidades italianas ou francesas, por exemplo.
Os habitantes de Catania e Parlemo em específico AMAM o seu bolinho de arroz arbóreo frito com diferentes recheios. Em Catena, gostam dele no formato de uma coxinha. Já em Palermo, a capital siciliana, os habitantes locais preferem e fazem o bolinho de arroz frito no formato arredondado. E isso é motivo de disputas acaloradas entre as duas cidades que clamam pela autoria do mundialmente famoso arancini. Até o nome dele muda a sílaba final, conforme for a cidade, sendo chamado de arancinu em uma, arancina noutra (ou é homem ou mulher, de acordo com a cidade… se for arancini com i é no plural).
Criei até uma tese, que é só minha. Nunca li sobre ela. Mas creio que possa ter alguma influência na criação do formato de um dos nossos salgados mais tradicionais, simplesmente a COXINHA!
Ela tem o mesmo formato do arancini de Catena. E os locais dessa cidade justificam que o formato em cone do salgado deles é por causa do famoso vulcão Etna. Já nossa cozinha, alguém saberia dizer por que tem esse formato?? Se alguém souber explicar, ganha um brigadeiro! Prometo. E só pra comprovar a polêmica, segue um artigo em inglês sobre o embate.
Além da comida incrível, as paisagens sicilianas são fodásticas (ou fuderozas, no linguajar pernambuquês de Tonho). São montanhas que encontram com o mar. Encostas e penhascos em que o mar brabo bate lá embaixo. Além de no interior da ilha também ser encontrada cidadelas mínimas encrustadas no alto de uma montanha ou de um penhasco pra serem visitadas e exploradas como as fotogênicas Pollina ou a mais conhecida Taormina.
Afora isso há o seu povo. O Siciliano é um caso a parte na Itália. São hospitaleiros, simpáticos, humildes (as vezes nem tanto… mas tudo bem!) e muito receptivos ao turista/viajante.
Além de tudo isso, desde pequeno havia uma razão bem pessoal para eu querer visitar a Sicília, que era uma pizzaria chamada Siciliana no bairro em que eu morava. Aquilo despertou uma curiosidade infantil em mim. E as suas pizzas old school e o filé à parmegiana de lá fazem parte da minha memória degustativa primária (confort food que fala na língua de tio Sam, é?). Bastante queijo, molho de tomate, farinha fermentada: uma mistura que nunca consegue falhar, por mais que tentem acidentalmente ou propositadamente estragar.
A Sicília é uma ilha banhada pelos mares Jônico e Tirreno, que faz parte do Mediterrâneo. Como toda a Itália, está localizada numa região sujeita a terremotos e aqui e ali há vulcões. O mais famoso e ativo vulcão italiano está lá, na Sicília: o ETNA tem mais de 3 mil metros de altitude em relação ao nível do mar e de lá de cima dá pra avistar um marzão enorme num dia de sol. Já pensou? Maremonti é um termo italiano pra designar exatamente isso daqui: mar e montanha. E é algo bastante comum a quem está passeando pela Itália, à beira do mar; mais ainda na Sicília.
Cheguei lá através de um voo vindo de Malta, pouco mais ao sul da ilha. Malta é um país minúsculo situado bem no meio do Mediterrâneo (entre África e Europa) e ainda menor que a Sicília. Mas isso será motivo de um outro post mais pra frente. Catania foi a cidade escolhida por ter ganhado a “licitação” de voo mais em conta entre Malta e Sicília. A cia aérea de baixo custo Ryanair voa pra vários destinos em toda a Europa e seus preços são bastante convidativos; mas aqui vai um alerta: cuidado ao ir adicionando bagagem extra, escolha de poltrona, etc, pois o preço muitas vezes acaba se assemelhando ao de outras companhias aéreas de baixo custo ou padrão. Portanto, faça sua pesquisa detalhada antes de bater o martelo pra comprar passagens em voos locais dentro da Europa.
Ah! Outro detalhe importantíssimo: a Ryanair e outras cias de lowcost conseguem preços mais atrativos muitas vezes por que voam pra aeroportos mais afastados dos centros das grandes cidades. Daí o custo de deslocamento pra se chegar onde se deseja e o tempo que se perde nem sempre compensam. Fique bastante atento a esse detalhe também quando for comprar sua passagem pra voos internos na Europa.
Como Tonho e Tonha estavam em lua de mel provenientes de Malta e anteriormente de Sevilha na Espanha em voos de lowcost da Ryanair desde o início, optamos por voarmos “leves”. Isso quer dizer que pra essa viagem de 13 dias estávamos apenas com uma mochila (backpack) atochada de roupas e itens de primeira necessidade. Recomendo demais a quem possa deixar o grosso das bagagens em algum ponto para o qual retornarás (por exemplo, Lisboa na ida e na volta), antes de pegar o voo mais longo pro Brasil. Fica a dica logística. É de grátis. By Tónio de la Bordella. Vai te economizar tempo, dinheiro e muitas vezes a coluna de carregar tanto peso com bagagens pesadas e volumosas.
Dicas gerais pra viagem
(que podem ou não se aplicar a TODA VIAGEM QUE FIZERES):
Aplicativos:
Assim que chegar ao aeroporto, já procure as lojas de operadoras de telefonia local, e compre um pacote de dados pré-pago e um sim-card. Com ele, você poderá consultar os aplicativos e fazer pesquisas na internet quando surgir dúvidas sobre a viagem, NO MEIO DA VIAGEM. No aeroporto os preços desses cartões são ligeiramente mais caros do que nas lojas de ruas do seu destino.
Eu sempre usei o aplicativo tripadvisor pra fazer pesquisas de restaurantes e bares, além de sugestões de passeios mais populares nos lugares que estou visitando. Além de selecionar restaurantes e experiências que são ranqueados pelos próprios usuários do app, dá pra ver fotos, consultar os menus e preços, horário de funcionamento, endereço e tomar a decisão de onde ir previamente. Sem sustos e imprevistos.
Outro aplicativo que não pode faltar é o google maps ou o waze para conseguir dirigir e trafegar sem se perder. Na verdade, o TRIPADVISOR perdeu o seu lugar de pesquisas pra bares e restaurantes pra mim. O google maps faz esse papel agora. Saio clicando nos restaurantes, de olho nas suas notas e avaliações e sobretudo na quantidade de avaliações. ISSO JÁ TE DÁ UM NORTE SOBRE ONDE COMER, tendo ideia de quanto irá gastar inclusive, olhando o cardápio do lugar nas fotos.
Pra fazer reservas de hotel, uso o aplicativo. Sempre que tive problemas com a reserva ou com o Hotel o booking foi bastante rápido no atendimento e resolveu o problema. Ou se o local for muito caro, como nas grandes capitais e compensar, uso o aplicativo do Airbnb. Mas não custa nada comparar preços do mesmo hotel no google. E, se for o caso, entrar em contato direto com a propriedade e reservar com eles, pois o preço certamente será menor.
Para aluguel de carros, usei o, que é da mesma empresa do booking. Mas também vale a pena fazer o mesmo daí de cima: procurar outros sites e comparar preços antes de reservar. E checar a avaliação da locadora no google maps também. Fica a dica. É de grátis.
Segurança:
Em qualquer lugar que viaje, fique atento como se estivesse no Rio de Janeiro, em Recife, ou em qualquer outra grande capital brasileira. Portanto, estamos vacinados. Na Itália, de modo geral, podes circular à pé à noite ou de madrugada pelas ruelas das cidades. Se for mulher desacompanhada, fique esperta com os italianos engraçadinhos. Durante o dia, circule normalmente pelas ruas nas áreas mais movimentadas e turísticas sem nenhum problema. Mas sempre com o “alerta ligado”.
Eu mesmo, já tive um motorhome arrombado em Bolonha. Levaram minhas roupas e o rádio (veja que coisa antiga, levar rádio!); fiz um BO numa delegacia com um carabineri de má vontade, que custava a acreditar no meu relato e nos itens que perdi nesse roubo. Parecia que ele estava fazendo um favorzão pra mim. E ainda insinuou que deveriam ter sido ciganos ou romenos; sem fazer nenhum esforço pra elucidar o crime. Portanto, na Itália, de modo geral, é bom ficar bastante alerta, como se estivesse no Brasil
Mas vá, sem medo de ser feliz!
Último quesito. Esse MUITO IMPORTANTE PRA MANUTENÇÃO DESSE ESPAÇO AQUI:
Lembrete:
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Sou doido pra conhecer a Itália, mafriend!
Começa a fazer o pé de meia