Cidade do México – MÉXICO

M-É-X-I-C-O-!

Introdução

E então… México; Mé-xico; Méxi-co; Méxic-O. Esse país é fodástico.

Sinceramente, se você ainda não foi, não sabe o que está perdendo! Ele está no TOP 2 particular meu de melhores destinos das AMÉRICAS; o outro país é o PERU, que eu narrei aqui nesses 3 posts anteriores: Lima – Peru, Vale Sagrado dos Incas – de Cusco a Machu Picchu, Paracas – litoral sul do Peru.

E por quê? Ora bolas, por que nesses dois países incríveis estão contidos tanto uma comida de rua até da alta gastronomia pra ninguém botar defeito, quanto paisagens incríveis e MUITA HISTÓRIA e ARQUEOLOGIA que comprovam o quanto os povos pré-colombianos foram desenvolvidos e ricos; muito mais até que os europeus em certo ponto da história da humanidade, emparelhando Maias, Incas e Astecas com os antigos egípcios e suas pirâmides maravilhosas que almejo poder visitar algum dia!

O México é bem parecido com o Brasil no quesito SEGURANÇA. Se você é brasileiro e já visitou o Rio de Janeiro, por exemplo, e pretende retornar lá, você já está vacinado pra visitar o México. Basta manter suas ações preventivas de segurança diárias que não vai ter problema algum por lá.

Outra informação importante pra você que tá planejando visitar a terra do Chaves e do Chapolin é que o peso mexicano tem uma cotação parecida com o real de maneira geral. Então o que vais gastar lá é parecido com o que gastaria por aqui. Nada comparado com Europa, Estados Unidos, Hong Kong, Cingapura, Japão, Austrália, dentre tantos outros destinos em que gastamos uma grana preta pra simplesmente respirar por lá.

Sempre nutri um interesse infantil em conhecer o México, desde que comecei a assistir ao CHAVES e o Chapolin Colorado no SBT do finado Silvio Santos. Sempre foi a única atração boa do canal, com a exceção dos programas de auditório capitaneados pelo próprio SÍLVIIUUM. A partir daí minha imaginação sempre voava distante: ora, se o humor mexicano e as condições do próprio Chavito se assemelhavam tanto as da minha terra natal, deveria ser MUITO interessante visitar esse país. Além disso, uma tia minha havia visitado o México e as histórias delas de Marlins voadores numa pescaria no Oceano Pacífico havia me aguçado ainda mais a curiosidade. Sem contar que os mexicanos de modo geral amam nós, brasileños. Isso já é um “plus a mais”, afinal de contas, queremos ser bem tratados em todos os lugares em que botamos os pés, não é não?

Lá fui eu ao México, num início de novembro, logo depois do halloween e do DIA DE LOS MUERTOS; perdi ele por poucos dias. Mas os seus sinais ainda estavam por lá.

Havia uma caveira de chocolate no quarto de hotel em que fiquei na capital federal; havia decoração do dia de los muertos pela cidade; havia cartazes colados em muros pela cidade fazendo menção a ele. Poxa, próxima vez que for lá, e certamente o farei, vou querer ir exatamente no dia de finados, ou alguns dias antes, pra viver essa linda celebração aos antepassados junto aos mexicanos, consanguíneos dos Maias de Astecas. Os espanhóis bem que tentaram acabar com qualquer resquício dessas culturas; tentaram dizimar a população indígena da américa central toda. Não conseguiram! Próxima trip pro México, certamente terei de colocar OAXACA como o local principal a ser visitado. Por que Oaxaca é o estado mexicano mais indígena de todos; que mais contém em sua cultura hábitos, alimentos, artesanatos e tudo mais dessa linda cultura. Mas não se engane. Reflexos dos povos pré-colombianos estão em todo lugar no dia a dia da população mexicana: na arte, na alimentação, na linguagem, nos hábitos. Mas deixemos OAXACA pra uma futura crônica, quem sabe.

Vamos ao que interessa: visitei a capital do México e fui também pra região da península de Yucatán. Essa península é mais conhecida por conter Cancún por lá: a princesinha dos resorts all inclusive do México. Tô fora! Longe de mim, querer visitar um ALL INCLUSIVE e ficar alienado dentro dele comendo all you can eat buffets e se empanturrando de comida feita pra muita gente, sem botar o pé fora de um desses estabelecimentos e não conhecer NADA da cultura, da comida, do povo de um lugar tão lindo quanto a PENÍNSULA DE YUCATÁN. Fiquei em Playa del Carmen, mas poderia ter ficado em Tulum também. Mas os detalhes estarão contidos nesse post específico sobre Yucatán.

CIUDAD DE MÉXICO

Comecemos pelas dimensões. A Cidade do México é tão gigantesca quanto a sua irmã “gêmea” São Paulo. Conhece SP? Então… Não dá pra conhecer em apenas uma viagem pra lá. Toda viagem que você faz a um lugar desses tem coisas novas e bacanas pra explorar, além de sempre revisitar locais incríveis anteriormente vistos. As megalópoles sempre estão em constante renovação, reinventando-se. Portanto, vá preparado pra fazer o seu próprio roteiro, de acordo com os seus interesses.

Mas não se esqueça de que há clássicos da cidade que são imperdíveis pra quem vai a primeira vez, como a casa azul de Frida Kahlo,

o premiado restô Pujol, o parque/bosque de Chapultepec (pulmão verde da cidade), o centro da capital (ZÓCALO), os bairros chique a noroeste do centro, mas sobretudo o maior museu de arqueologia, história, antropologia, sociologia dos povos pré-colombianos das AMÉRICAS: o MUSEO NACIONAL DE ANTROPOLOGIA. Coisa linda, completa e que está em constante crescimento. Esse museu é fuderozo; reserve bastante tempo pra o conhecer e ainda não será o suficiente.

Mesmo que não sejas um fã inveterado de antropologia ou história. Os portugueses e espanhóis só sugaram isso daqui. Só exploraram a terra e seus frutos como um enxame de gafanhotos apocalípticos. Nos deixaram só com o bagaço. E hoje em dia APENAS reconhecem seus crimes no passado; falar em compensação ainda é um próximo passo que esperamos dos povos ibéricos que tanto se beneficiaram da exploração das AMÉRICAS.

Vamos passar pro próximo tópico. Talvez o mais delicioso. A comida mexicana. Ela é tão gostosa e tão arraigada na cultura mundial que até nos cafundós da Noruega eu estava precisando comer algo que se assemelhasse a CONFORT FOOD numa passagem de ano e o que acabei fazendo? Optando por um restaurante tex-mex. Existe uma diferença entre a comida mexicana e a comida tex-mex. A tex-mex é mais difundida pelo mundo, devido a influência yankee; e tex-mex significa texana-mexicana, pra quem não sabe. É fato que o Texas fazia parte do México, até os Yankees decidirem afanar ele. Então a comida texana sofre forte influência da comida mexicana como um todo. Nesse caso, a cultura superiora (mexicana) fez a comida americana sucumbir nessa região do globo. E atualmente em qualquer canto dos Estados Unidos poderás comer uma comida tex-mex pra lá de gostosa e uniforme. Mas essa comida é apenas o capítulo fast food da comida mexicana. A comida mexicana é muito mais que isso. Senão vejamos:

Ela tem origens históricas. O milho (ou maíz na língua mãe) possivelmente tem origem nas Américas e foi melhorado geneticamente pelos povos pré-colombianos. Existe uma teoria de que sua origem é dos Himalaias. Mas arqueologicamente o seu registro mais antigo provém justamente de adivinhe onde? MÉXICO. Por volta de 5 mil anos atrás. Do milho se faz burritos, tacos e outras conchas para os mais variados preparos da comida mexicana. Sabia que o milho mexicano tem um cheiro e sabor bastante diferente do que estamos acostumados a comer aqui na Sudamérica? Pois é. Não sei explicar exatamente a diferença em termos de paladar. Mas que há, há!

Outros produtos tipicamente pan-americanos foram a pimenta, o pimentão, a batata, os tomates, as abóboras, as abobrinhas (italianas, alguém disse daí? Esqueça! Apropriação cultural!). Pois é. Tem MUITA comida que foi descoberta, criada, desenvolvida e melhorada por aqui, nas Américas. Orgulho de ser brasileño? Orgulho de ser pan-americano!

Os italianos só começaram a comer tomate há uns 150 anos atrás. Antes disso existia uma espécie de tomate que era venenosa e sua fama precedeu o tomate como alimento. Ficou com má fama durante muito tempo. Mas no México? Ah, os tomates já estavam domesticados, assim como todas essas outras culturas.

Na minha resenha sobre Comilança na Viagem eu trato um pouco desse assunto: história da alimentação. Segue um trecho que gosto de reforçar nessa primeira crônica mexicana:

“Novamente, já paraste pra pensar que a comida italiana como a conhecemos hoje só foi inventada nos últimos 150 anos?? Pizza, macarrão, molho de tomate… tudo isso foi criação muito recente. Uma curiosidade: tu sabias que o tomate é uma planta originária das américas e que algumas das suas versões originais eram venenosas? Pois é, o tomate só virou molho na Itália há muito pouco tempo em termos HUMANOS. Agora vá falar isso pra um italiano…

A comida francesa só ganhou o seu status atual nos últimos 50/100 anos. Antes disso ela ainda engatinhava. Dizem que foi Catarina de Médici, uma italiana, que levou para o França o costume da comensalidade. Os bons hábitos à mesa e o uso inclusive de garfo e da faca foi criação humana dos últimos 150 anos. Parece loucura pensar isso, né? Antes, os europeus comiam com a mão, sem pratos, apenas uma faca afiada que além de cortar, fazia o lugar de garfo quando se espetava a comida levada a boca, que nem outros povos selvagens faziam. (…)

Tu crês que um taco ou um burrito faz muito mais sentido como alimentação milenar para um mexicano do que um filé com fritas ao molho béanaise para um francês? Olhe, olhe, pode ser que, aqui novamente, um francês se sinta ofendido com isso! Mas não tô nem aí. É minha opinião. E ela tá baseada em alguns dos livros sobre história da gastronomia que li. Câmara Cascudo, um intelectual potiguar pouco conhecido fora dos círculos de cozinheiros ou interessados em gastronomia nacional que o diga! Viva o Rio Grande do Norte e o seu povo e a sua comida!

Você seria capaz de provar um grilo ou gafanhoto frito? Pois é, já provei, numa calçada de uma feira de artesanato enorme na Cidade do México. Tenho até testemunha.

Uncle Brad. Ele é bem crocante. O sabor lembrou um pouco o de um percevejo. Mas tu vais me questionar: como tu sabe o gosto do percevejo? Bom, eu não sei. Só sei que se eu comesse um percevejo, este seria o seu gosto! É não. Brincadeirinha. Sabia que nosso olfato e paladar estão intimamente ligados? Se não, fique sabendo a partir de agora. É com base nisso que afirmo: grilo e percevejo tem um sabor parecido. Mas para um chinês habituado a ter insetos em sua dieta, esses dois bichinhos têm gostos TOTALMENTE DIFERENTES.

Também na Ciudad de México, pude provar pela primeira vez no premiado restorrând PUJOL, um molho de formiga sobre um micro milho assado. Pense num negócio saboroso!”

Recomendação de restôs imperdíveis na Cidade do México? É isso que quieres? Segue uma lista de um site confiável.  São “apenas” 37 estabelecimentos dentre bares e restaurantes na Cidade do México. Se ficares 15 dias por lá não vai conseguir dar conta de visitar a todos.

Uma guloseima que comprei por lá que despertou minha curiosidade foi umas barrinhas de doce de goiaba (primeira vez que encontrei goiabada fora do Brasil) com pó de pimenta chili salpicado por fora. Pense numa delícia doce e apimentada!

Uma das opções recorrentes de comida de rua que vi por lá e apreciei foi frutas cortadas com, adivinhe o quê? Pó de chilli salpicado. Os mexicanos amam pimenta e colocam ela em praticamente tudo. Outra opção de comida de rua que apreciei foi milho já cortado com queijo e especiarias!

O que fazer por lá?

Bem, dá pra fazer MUITA coisa e ainda não vão se esgotar todos os passeios não só na cidade em si, mas no seu entorno.

Ah! Simplesmente as Pirâmides do Sol e da Lua estão num sítio arqueológico há apenas 50 km do centro da cidade. Prepare-se pra pelo menos em um dia fazer ou uma excursão num busão turístico, ou pra alugar um carro e fazer esse passeio cedinho da manhã pra sacar umas fotos lindas como essas que tirei no meu passeio.

Dica essencial: dá pra dirigir sim por lá. Mas prepare-se pra MUITO trânsito na Cidade do México. Dos locais em que dirigi, lá foi seguramente o pior em termos de tempo pra rodar 1 km. Recomendo alugar um carro por 2 ou 3 dias pra fazer num desses dias o passeio pras pirâmides de TEOTIHUACAN (as do Sol e da Lua). É um sítio enorme e um passeio por lá dura no mínimo umas 2, 3 horas pros mais desinteressados ou talvez o dia todo para um fã de arqueologia e história. Além do quê, no entorno você pode se programar pra almoçar por lá em um dos vários restaurantes bem avaliados (pelo google maps e por pessoas que já estiveram por lá).

Nos 2 dias que te sobrarem do aluguel do carro, recomendo fortemente pegar a estrada até no mínimo a cidade de Puebla, que tem linda arquitetura espanhola, uns vulcõeszinhos no entorno e MUITA coisa pra ser vista também. Vá simbora sem medo de ser feliz.

Em toda viagem que faço pra uma cidade grande (ou no caso do distrito federal mexicano, gigantesca), gosto de pegar um carro ou uma moto pra dar uma volta no entorno pra sentir o gostinho do interior daquele pais e daquela região.

Da Cidade do México até Puebla cobrirás 135 km em quase duas horas. Se tiver mais tempo, reserve 3 dias pra explorar essa cidade de “apenas” 6 milhões de habitantes.

Voltando às pirâmides de Teotihuacan, vou te dar só uma breve explicação histórica: os resquícios de uma cidade pré-colombiana estão lá desde o primeiro século depois de Cristo. Antes de os Astecas se apossarem dela, já era uma das maiores cidades do mundo e da Mesoamérica (América Central) na época.

Quando os espanhóis chegaram pra cagar tudo por volta de 1500, quem mandava por lá eram os Astecas. A população de Teotihuacan chegou a quase 200 mil pessoas e era o centro da cultura da arte e da civilização Asteca e de todo o seu entorno quando os europeus botaram os pés nessa linda região do globo.

Os pré-colombianos da Mesoamérica a consideravam o centro do mundo. No século 7 as pirâmides que ainda estão por lá de pé, apesar de muitos terremotos, e a cidade começou a ser abandonada devido ao seu declínio. Ainda não se sabe explicar o por quê disso. Mas outras cidades Maias mais ao sul também começaram a ser abandonas nesse mesmo período.

Apesar da cidade ter sido abandonada, nos séculos seguintes os Astecas ainda a frequentavam por razões religiosas em peregrinações. Teotihuacan, na língua dos Astecas significa LOCAL DE NASCIMENTOS DOS DEUSES.

Ainda hoje, há arqueólogos trabalhando e redescobrindo túneis e partes da cidade de Teotihuacan que ficaram encobertas com o passar dos séculos. Portanto há sempre muita movimentação por lá, e até um museu da cultura Teotihuacan que inclui diversos artefatos.

Não deixe de ir lá conhecer essa linda cidade histórica incrível que é prova da grandiosidade dos povos pré-colombianos não só em termos de engenharia e arquitetura.

Mas também de agricultura e de desenvolvimento humano que por MUITO tempo ficou esquecida na história, devido a sermos ensinados outrora nas escolas a história conforme a versão europeia e não pan-americana.

Outro passeio imperdível, na Cidade do México é ir pouco ao sul dela até o idílico bairro de Coyoacan, local do MUSEU FRIDA KAHLO, na sua famosa casa azul. Na mesma região e a apenas 700 metros de caminhada há o Museo Casa de León Trotsky, que também faz parte desse passeio. Ambos foram contemporâneos e se frequentavam. Não sabias que Frida e Diego Rivera também eram comunistas? Não sabia que León Trotsky morou seus últimos anos na Cidade do México foragido do regime comunista Russo? Não sabia que Trotsky foi assassinado em 1940 por um agente de Stalin? Coisa de filme de espiões, hein?

Acho que Frida Kahlo dispensa apresentações, correto? Depois de Hollywood a retratar numa cinebiografia com Salma Hayek a interpretando, impossível ela não ter se tornado o ÍCONE POP que é hoje em dia! Foi uma artista inspiradíssima, que sofreu muito em vida devido a um acidente de carro e não teve em vida o reconhecimento que merecia; suas obras demonstravam suas agonias e inquietações. Atualmente também é um ícone feminista.

Em adição a tudo isso, foi casada com Diego Rivera que também foi um pintor mexicano de obra extensa e também incrível. Há alguns locais dos quais vou falar mais adiante no centro da Cidade do Mexico em que podes encontrar diversas obras de ambos e de graça, além de encontrar aqui na casa azul, o Museo de Frida Kahlo com linda decoração e obras de arte deles. Frida passou a maior parte de sua vida na CASA AZUL. Primeiro com sua família, e depois com Diego.

A casa é constituída por não só objetos pessoais de ambos os artistas, mas pinturas deles e outras obras de arte de outros artistas, esculturas pré-colombianas, fotos, documentos, livros e móveis que utilizaram. Ir a Cidade do México e não visitar a Casa Azul é um pecado.

Além de visitar os museus de Frida e Diego e de Leon Trotsky também creio que uma visita ao Museo Nacional de Culturas Populares é uma boa pedida nessa região. Recomendo fortemente se programar pra passar o dia e passear pelo tranquilo bairro de Coyocán e suas ruas arborizadas e casario colonial. O parque Viveros de Coyocán é o pulmão do bairro e tem bastante verde e animais como esquilos por lá para distrair o visitante. Mas o considerado centro de Coyocan são as Plaza Jardin Hidalgo e a Fuente de los Coyotes (Coyoacan significa “lugar de coiotes” na língua Náuatle). Não deixe de explorar seu entorno, cheio de opções para comer. E, por último, deves ir ao Mercado de Artesanato de Coyoacán. Mas fica a dica de não comprar tudo o que ver pela frente nesse mercado.

Perto do centro da cidade tem outro mercado de artesanato ainda mais completo: o Mercado de Artesanías la Ciudadela.

O ZÓCALO é outro destino indispensável de uma visita a essa cidade incrível. Constitui o centro nevrálgico da capital e ponto não só de formação da cidade na época dos povos pré-colombianos, mas também da época dos espanhóis, que utilizaram a base de uma pirâmide Asteca pra construir uma Catedral da Igreja Católica, numa tentativa de apagar as culturas anteriores. O nome oficial é Plaza de la Constitución e ela concentra logicamente a Catedral acima referida (repare em sua base), o Palacio Nacional (onde o Presidente despacha), El Palacio de Hierro Centro (loja de departamentos em prédio colonial), e, atenção, o Museo del Templo Mayor de México TENOCHTITLAN (dedicados aos Astecas): esse última imperdível.

Já por trás, ao norte da Catedral Metropolitana de la Ciudad de México, há o Museo Archivo de la Fotografia, o Centro Cultural España en México, o Museo de la Mujer, a Plaza de Santo Domingo e o Antigo Colégio de São Idelfonso que são apenas algumas das instituições e locais que valem a pena dar uma conferida!

No dia em que reservei para explorar o centro da cidade, decidi almoçar no centenário Café de Tacuba, que não decepcionou! Pelo contrário: foi a primeira vez na vida que provava comida Mexicana de fato. Logicamente retirando a comida tex-mex de lado. A própria casa em que o restaurante está instalado é digna nota. Mesma dica que dou de passeio de um dia todo de Coyoacán, dou do Zócalo: se programe pra passar o dia por aqui, batendo perna, tomando um banho de cultura, provando quitutes de rua e de estabelecimento como este.

Os murais de Diego Rivera pintados nas paredes da Secretaría de Educación Pública (Edificio Anexo) são imperdíveis! Ficam na rua República do Brasil, 31, próxima ao Zócalo e abre de segunda a sexta-feira das 8 da manhã até as 16 horas (não abre aos sábados e domingos).

De entrada GRATUITA, é uma das DICAS DE OURO que lhe dou! Vá lá apreciar toda a arte que, novamente, Diego Rivera expôs nas paredes desse prédio colonial com átrio/praça no meio. Repararás quantas referências ao comunismo/socialismo ele colocou em suas imagens. Além da crítica ao capitalismo. Até o Karl Marx eu consegui identificar num dos murais. Tá aí, tua missão: procurar o Karl Marx num dos incríveis murais aqui expostos, tirar uma foto e me enviar!

Entre o Zócalo e a Alameda Central, que é o parque mais antigo da cidade, existe uma rua de pedestres com bastante comércio chamada Avenida Juarez; percorra esse caminho a pé.

Na Avenida Juarez, procure a chamada Casa de los Azulejos e admire esse palácio do século 18 em bom estado de conservação. Chegando na Alameda Central, não deixe de visitar outro museu: o chamado PALÁCIO DE BELLAS ARTES que está por lá há 90 anos.

Nele há diversos murais de Diego Rivera, dentre outros muralistas mexicanos; isso mesmo, os mexicanos tiveram grandes muralistas! Considere isso uma arte pré-grafite! Street art de antigamente. Dentre esses artistas, nomes como David Alfaro Siqueiros e José Clemente Orozco se destacam. Vá lá, se encante com esses murais cheios de detalhes e com a arte feita por esses grandes artistas mexicanos.

Ah! Tem uma obra bastante curiosa aqui no Palácio de Bellas Artes que vale a pena destacar. Ela foi encomendada por ninguém menos que o próprio bilionário americano Nelson Rockefeller a Diego Rivera para ser exposta no seu icônico complexo de prédios de mesmo nome na cidade de Nova Iorque, na ilha de Manhattan. A obra de 1933 Man at the Crossroads foi feita na parte interna do Rockefeller Center numa parede e retratada inclusive no filme sobre Frida Kahlo. Como as referências ao comunismo eram muitas e a crítica ao capitalismo idem, e depois de grande controvérsia sobre isso, Rockefeller mandou destruir o mural. Apenas fotos em preto e branco existem dessa obra original e posteriormente Diego Rivera refez o mural numa variante intitulada Man, Controller of the Universe. Essa obra está no Museo de Bellas Artes e é o maior motivo para se visitar esse prédio de arquitetura bonita com uma redoma vermelho-alaranjada no topo.

Do outro lado da Alameda Central, pra fechar com chave de oiro essa programação cultural intensa do Zócalo, recomendo fortemente caminhares até o Museo Mural Diego Rivera, contendo um mural do artista que foi resgatado de um hotel destruído por um terremoto em 1985.

Ah! Última dica dessa região, prometo! Se gostas de subir num prédio alto pra ter noção do tamanho da cidade, também recomendo fortemente no fim de tarde, pouco antes de anoitecer subir no edifício Torre Latinoamerica até o seu mirador. Saque suas fotitas durante o pôr do sol e depois aguarde só mais um pouco até as luzes da cidade aparecerem. Dessa forma pagarás um só ingresso por 2 visuais: um diurno e outro noturno.

Fiquei num hotel localizado numa transversal de uma das principais artérias da cidade, a chamada Avenida Paseo de La Reforma. O legal dessa região é que ela fica centralizada na cidade. Mas tinha um shopping center bem próximo do hotel que já quebrava bastante o galho num fim de dia em que minhas pernas já não correspondiam aos meus pensamentos, tamanho era o cansaço depois de tantas caminhadas. Pra não quebrar a cabeça atrás de lugar pra comer próximo ao hotel num horário desses (me desculpem aos baladeiros, vampiros, corujas e morcegos de plantão, sou um cara diurno), o centro comercial tinha opções despretensiosas para forrar o bucho. O nome do shopping é Reforma 222.

Perto dessa região em que fiquei hospedado tinha outro pedaço de pulmão verde na cidade, o principal deles. O chamado BOSQUE DE CHAPULTEPEC. Chapultepec significa em língua local Colina do Gafanhoto; ou colina do Chapulin (outro nome indígena). Lembrou de alguém? Isso mesmo, o Chapulin Colorado era um gafanhotão. Esse bosque é o parque Ibirapuera de lá, só que ligeiramente maior e com mais museus e atrações em seu entorno. Se quiseres respirar um “ar puro” ou menos poluído, vá lá; se quiser fazer um jogging, vá lá; se quiser pedalar, vá lá; se quiser apenas apreciar a população mexicana no seu momento de lazer num dia qualquer, vá lá. No dia em que fui, por acaso estava ocorrendo uma apresentação muito interessante da cultura Totonaca que envolvia um poste enorme de madeira, cordas amarradas no seu topo, e uma dança de bailarinos lá no alto desse pau de sebo se entrelaçando; eles estavam com roupas típicas e “asas”, uma música com tambor e mimetizavam pássaros voando. Chama-se Dança do Voador. Muito interessante!

No bairro chique de POLANCO fica localizado um museu cujo próprio prédio já vale uma visita por si só: ele é praticamente um bigorna gigante prateada e reluzente, de lantejoulas hexagonais cobrindo a sua fachada. Mas o seu acervo também é interessante! É o SOUMAYA. Ele foi construído por um bilionário mexicano das telecomunicações. Verás obras de Salvador Dalí, dentre outros grandes artistas por aqui.

Também em Polanco fica um restô que fui e recomendo fortemente fazer a reserva previamente a própria viagem, por que é bastante concorrido: o PUJOL.  Inclusive o seu chef Enrique Olvera estrelou um dos episódios do Chef’s Table do Netflix. Provei por lá um molho de formigas (inspirado na cozinha dos povos pré-colombianos) que era de deixar água na boca, além de diferentes preparos num daqueles almoços intermináveis de dezenas de pratos minúsculos que lhe conquistam pelo sabor e texturas, mas deixam um gostinho de quero mais! Nada contra a alta gastronomia! Mas prefiro comer e repetir até doer a boca do estômago quando gosto de um prato.

A mundialmente conhecida TEQUILA não é a única bebida alcóolica nacional mexicana. O MEZCAL é a outra bebida, que é uma subespécie da tequila produzida a partir do coração do cacto agave azul (chamado piña) que deve crescer de 8 a 12 anos para somente ser destilado pra produzir essa tequila especialíssima. Lá no Pujol eles tem um carrinho com diversos tipos de mezcal para serem degustados. Faça la fiesta!

Um capítulo à parte nessa capital mundial é o MUSEO NACIONAL DE ANTROPOLOGIA. Vale uma viagem só pra conhecer ele! Que museu incrível!

A começar por sua arquitetura de 1963: o seu centro, num átrio, tem uma espécie de cascata artificial revestida de bronze com relevos de onde cai água constantemente (só isso já me lembrou uma nave interestelar); além disso, o seu tamanho é impressionante: são 8 hectares (equivale a 8 campos de futebol), em 23 salas de exposições permanentes, além da área externa para exposições temporárias.

Nele se encontram diversos artefatos arqueológicos e antropológicos das culturas pré-colombianas, dentre eles a Pedra do Sol e a estátua Asteca de Xochipilli do século 16. A civilização dos OLMECAS, muito antes dos Maias e dos Astecas, há no mínimo 3500/4000 anos atrás construiu enormes cabeças produzidas em pedras de basalto. Essa civilização foi a primeira na Mesoamérica na região ao sul do México (Tuxtlas, Veracruz e Tabasco) com características originais como centros arquitetônicos planejados, religião complexa e estruturada, organização social e política com clara hierarquização, agricultura intensiva, início da escrita e uso de calendário e técnicas de arquitetura tanto para construção quanto para a escultura além do estabelecimento de rotas comerciais entre as respectivas cidades.

Não vou me prolongar mais a respeito do Museo Nacional de Antropologia. Mas ele é fundamental pra conhecer um pouco mais das nossas civilizações antigas das Américas e do México em si.

O passo seguinte foi dar uma voltinha na “pequena” feira de artesanato da cidade. Quanta coisa bonita, diferente e única. Um artesanato que nunca havia visto na vida. Lógico que me empolguei, comprei caveirinhas pintadas em homenagem ao Dia de los Muertos, dentre outras cositas más. Ele fica no bairro de Cuauhtémoc, próximo ao centro. O nome dele é o MERCADO DE ARTESANÍAS LA CIUDADELA. Vá sem medo de ser feliz! E pechinche bastante. Fica a dica; é de grátis: by Tónio del Bordel.

No mais, vale muito a pena você fazer sua pesquisa particular, adentrando nos melhores sites de viagem e ver o que lhes recomendam! 😉

Além disso, faça sua própria pesquisa. Essa cidade fuderoza merece no mínimo uma semana de estadia pra ser explorada sem pressa na minha opinião.

Próxima parada foi num voo da AeroMéxico com destino a Cancún (Península de Yucatán)!

Dicas gerais pra viagem

(que podem ou não se aplicar a TODA VIAGEM QUE FIZERES):

Aplicativos:

Assim que chegar ao aeroporto, já procure as lojas de operadoras de telefonia local, e compre um pacote de dados pré-pago e um sim-card. Com ele, você poderá consultar os aplicativos e fazer pesquisas na internet quando surgir dúvidas sobre a viagem, NO MEIO DA VIAGEM. No aeroporto os preços desses cartões são ligeiramente mais caros do que nas lojas de ruas do seu destino.

Eu sempre usei o aplicativo tripadvisor pra fazer pesquisas de restaurantes e bares, além de sugestões de passeios mais populares nos lugares que estou visitando. Além de selecionar restaurantes e experiências que são ranqueados pelos próprios usuários do app, dá pra ver fotos, consultar os menus e preços, horário de funcionamento, endereço e tomar a decisão de onde ir previamente. Sem sustos e imprevistos.

Outro aplicativo que não pode faltar é o google maps ou o waze para conseguir dirigir e trafegar sem se perder. Na verdade, o TRIPADVISOR perdeu o seu lugar de pesquisas pra bares e restaurantes pra mim. O google maps faz esse papel agora. Saio clicando nos restaurantes, de olho nas suas notas e avaliações e sobretudo na quantidade de avaliações. ISSO JÁ TE DÁ UM NORTE SOBRE ONDE COMER, tendo ideia de quanto irá gastar inclusive, olhando o cardápio do lugar nas fotos.

Pra fazer reservas de hotel, uso o aplicativo. Sempre que tive problemas com a reserva ou com o Hotel o booking foi bastante rápido no atendimento e resolveu o problema. Ou se o local for muito caro, como nas grandes capitais e compensar, uso o aplicativo do Airbnb. Mas não custa nada comparar preços do mesmo hotel no google.  E, se for o caso, entrar em contato direto com a propriedade e reservar com eles, pois o preço certamente será menor.

Para aluguel de carros, usei o, que é da mesma empresa do booking. Mas também vale a pena fazer o mesmo daí de cima: procurar outros sites e comparar preços antes de reservar. E checar a avaliação da locadora no google maps também. Fica a dica. É de grátis.

Segurança:

Em qualquer lugar que viaje, fique atento como se estivesse no Rio de Janeiro, em Recife, ou em qualquer outra grande capital brasileira. Portanto, estamos vacinados. Não devemos circular a pé à noite pelas ruas. Se for para um bar ou festa, pegue o uber da porta do hotel/airbnb e desça em frente ao local a que se dirige, sem dar bobeira. Na maioria dos locais você sempre vai encontrar flanelinhas na região de bares e restaurantes. Por mais que a cidade seja pequena, eles estarão lhe aguardando no estacionamento. Cumprimente-os, e na saída dê uma gorjeta pra eles. Não vá querer arrumar encrenca em terras estrangeiras.

Durante o dia, circule normalmente pelas ruas nas áreas mais movimentadas e turísticas sem nenhum problema. Mas sempre com o “alerta ligado”.

Vá, sem medo de ser feliz!

Último quesito. Esse MUITO IMPORTANTE PRA MANUTENÇÃO DESSE ESPAÇO AQUI:

Lembrete:

Esse artigo/crônica/escrita contém links que indico; significando dizer que se fizeres uma compra através desses links eu poderei ganhar uma pequena comissão ou não. Esses links de parceiros não custam nada a você que está planejando sua próxima viagem e mantém o tonhobordao.com assegurado e mantido pelos seus curiosos leitores. Não vá fazer a burrada de clicar no google nesses mesmos links que indico aqui, pra manter essa comissão pros grandes do mercado como ele, o facebook, o tiktok, dentre outros. Ajude o pequeno produtor de conteúdo aqui. Thank you, cívúplê, mutchas gracias, danke shom, kop cun ká, gânceiô, suksma, hvala, éfkaristô, techekuller, MUITO OBRIGADO!

Por Published On: novembro 24th, 2024Categorias: America

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